terça-feira, 5 de janeiro de 2010

"33" de Kiko Goifman



Narração de Kiko Goifman


O tema principal deste documentário é a busca de Kiko Goifman por sua mãe biológica. Kiko Goifman deu o título a este documentário de “33” devido ao facto de no momento da procura tinha 33 anos de idade, o limite da sua busca era de 33 dias e o ano de nascimento da sua mãe adoptiva era 1933. Sabendo que era filho adoptivo, o director decidiu partir em busca de sua mãe biológica. Para esta busca ser realizada este começou por reunir inúmeras pistas que lhe eram dadas por vários detectives de São Paulo e Belo Horizonte, foi com isto que este director decidiu produzir este documentário. Mostra o meio inconstante onde se envolvem os detectives. Também podemos ver que há a participação de mais pessoas que ajudam Kiko Goifman nesta busca, como porteiros, o médico que esteve envolvido na sua adopção, parteiras, cartomantes, sua irmã, a ama e sua própria mãe adoptiva. Os encontros com estas pessoas provocam reacções em Kiko Goifman tal como provocaria numa pessoa que demandasse numa busca com o mesmo objectivo. Vê-se neste documentário que Kiko Goifman percorre as ruas da cidade, com as pistas que obteve em busca de mais pistas que o levem ate sua mãe biológica. Kiko não se sente privado dos seus sentimentos, e mostra-os ao público que pode observar este documentário. Antes do documentário em filme este decide documentar toda a sua busca num diário on-line o qual deu origem ao documentário (filme). Através deste diário obtém mais pistas.



Sendo Kiko Goifman um antropologista e documentarista, a produção deste tipo de documentário veio a mostrar um objectivo diferente dos documentários já produzidos ate à data deste. É um filme original, único, sendo que é todo feito com gravações reais, sem segundos takes, baseado num princípio de incertezas. É por parte de Kiko Goifman uma abordagem diferente de outras. Conhecemos a linguagem própria de Kiko, os seus sentimentos mais profundos, pois estamos a ver a procura a uma mãe biológica por parte de um filho que nunca a viu durante toda a sua vida, tendo tido sempre o apoio de sua mãe adoptiva. É algo que só quem passa por tal acontecimento pode falar, e explicar. Vemos um Kiko muito aberto, puros sentimentos, como tal numa busca através de pistas que poderão ser inconclusivas. Uma pessoa sabendo que é adoptada muitas vezes questiona-se sobre a questão da sua Mãe verdadeira, mãe adoptiva – mãe biológica; se deve ou não procurar o porquê da sua situação, se deve tentar investigar para chegar a um ponto de desfecho e descobrir as suas origens. Isto provoca inúmeros sentimentos inconstantes em qualquer pessoa porque tem a ver com o seu ser, é isto que Kiko Goifman transmite, sem contudo perder o seu humor e a sua maneira de ser. Kiko Goifman decidiu produzir este documentário a preto e branco, com imagens alternadas das suas conversas com os fornecedores das pistas, bem como imagens diurnas e nocturnas da poderosa cidade de São Paulo. Este documentário tem uma atmosfera noir. Talvez os obstáculos contra a realização deste documentário tenham sido a busca de pistas e a contagem regressiva de 33 dias. Este documentário participou em diversos festivais Roterdam (Holanda), Marseille (França), Noir in Festival (Mont Blanc) e foi eleito como favorito na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

http://www.youtube.com/watch?v=9h1YkS2T95A


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