terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Sicko, um filme de Michael Moore


Após a uma análise ao filme Sicko de Michael Moore, fiquei comovido por este trágico retrato, da situação desastrosa, em que se encontra o sistema de saúde americano, que é dos mais caros, mas que está muito mal administrado.

O filme encaminha os telespectadores através de várias partes mostrando que tudo o que tem a ver com o sistema de saúde, está errado:

Desde pessoas que têm obrigatoriamente de mudar de padrão de vida, porque não estavam cobertos pelos seguros de saúde, incluindo um homem que teve de optar por salvar apenas um de dois dos seus dedos amputados num acidente.

Pessoas que não recebem assistência pois o seguro não tinha sido aprovado para pagamento, incluindo uma senhora que mostram no filme, pois, por vergonha, ela não revelou que tinha tido uma pequena infecção urinária há alguns anos atrás.

Directores médicos, trabalhadores da companhia de seguros e médicos administradores juntavam-se e usavam os registos médicos tentando descobrir uma falha nos processos das pessoas para negar o pagamento de cuidados de saúde.

O alto grau de mistura de política e de negócios nos serviços de saúde que geravam milhões de dólares.

Como o sistema de saúde canadense, britânico e francês funcionam, e como até mesmo os americanos beneficiavam desses sistemas. Uma jovem na França diz que ela se sente culpada pelo elevado grau de atenção que ela recebe de lá enquanto os seus pais trabalharam a vida inteira nos E.U.A. e têm um sistema inferior.

Moore, ridicularizado e chamado de anti-americano por direitistas, mostra que os canadenses e os franceses, que são pró-americanos e até mesmo conservadores, mas que ainda pensam na saúde universal algo inquestionável.

Os Americanos vivem vidas mais curtas e têm maior incidência de doenças do que noutros países também desenvolvidos. Têm a maior taxa de mortalidade de bebés no mundo desenvolvido, com a taxa de Detroit, maior do que El Salvador, por exemplo.

Como um sistema fragmentado e descentralizado livram-se das pessoas e dos seus cuidados médicos no hospital enviando-as para clínicas quando eles não têm meios para pagar mais nada.

Bombeiros e voluntários do 11 de Setembro que, ano após terem sido anunciado como heróis, agora estão a lutar com problemas de saúde e não têm recursos para pagar. Assim, Moore leva-os para Guantanamo Bay e aí são tratados por médicos cubanos para não pagarem o tratamento. Uma mulher chegou a chorar quando disse que pagava 120 dólares, por um inalador, nos Estados Unidos da América, em vez de o equivalente a 5 centavos para ela teve que pagar.

Uma estação de bombeiros local cubana homenageou-os, dissipando o mito de que os cubanos são tpdos anti - Americanos.


Um belo toque final que evita com que nós nos sintamos deprimidos é uma anedota, rica em ironia, na qual um site anti-Michael Moore estava quase a ser encerrado porque o fundador não tinha recursos para continuar com o site online e pagar as contas médicas da sua esposa. xD

Moore até se ofereceu para ajudar a pagar as contas desse anti-fã quando recebeu uma resposta curta e grossa (F-U) do fundador do site. Obviamente que enviou um cheque anónimo e até hoje esse site ainda funciona, falando mal de Michael Moore.

O ponto mais instrutivo deste filme é fazer com que os americanos percebam que não tem de ser desta maneira. O facto de que é demonstrado pelo filme, e que é facilmente obtido em estatísticas, é que podem ter cuidados muito melhores, terem 100% das pessoas cobertas pelo seguro e pagar menos. Mas isso exigiria uma completa reestruturação do sistema que, por sua vez, tem todas as bases erradas e muita gente do topo a ganhar com isso.

O filme faz um trabalho maravilhoso de educar as pessoas sobre como as coisas estão más e o quanto melhor poderiam ser, e o filme tenta provocar uma discussão nesse sentido de as coisas melhorarem. E esperemos que esta seja uma questão que possamos discutir, sem ter de suportar outras distracções sobre o "carisma" do cineasta.

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