sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Como os Documentários têm tratado as Questões Sociais e Politicas. Parte I

As pessoas como Vitimas ou agentes;

Numas Crítica à tradição documental, diz bill winston, que os documentaristas nos anos 30 na Grâ-Bretanha possuíam uma visão romantica se seus temas "operários", ou seja, não conseguiam ver o operário como agente autónomo. O operário era visto como alguém miserável e que o executivo teria que tomar medidas urgentemente.
Os documentários a este nível têm uma relação de debate e contestação social onde insere; operários, poderes politicos indústria entre outros, fazendo com que estes filmes se tornem de um modo relativo, numa via de protesto. Todos os documentários têm uma voz própria, mas nem todas as vozes do documentário tratam de problemáticas sócio-politicas.

A Construção da identidade nacional;

A identidade Nacional é adquirida através de um senso de comunidade que por sua vez evoca sentimentos de interesse e respeito comum. A política do filme documentário relaciona a forma de dar ao documentário, enunciação de valores e crenças que se envolvem em contruir uma nação, Como por exemplo, o cinema soviético nos anos 20, procura retoricamente, servir de certa forma a revolução do momento e procura um perfil de um "novo homem" da sociedade comunista. Dziga Vertov insiste numa nova realidade, sem estrutura teatral nem literária, procurando uma nova realidade visual e social. Por palavras de Vertov -" Cinema e revolução andam de mãos dadas.", podemos ver também em filmes como O homem da Câmara, mostra que o cinema poderia ver um mundo invisível ao olho humano, " cine-olho" que significa aquilo que o olho não vê, e com esse auxílio Vertov, facilitou a construção de uma comunidade soviética. John Grierson procurou convencer na década de 30, o Governo britânico a fazer o mesmo, fomentar um sentimento de identidade nacional, e percorreu muitos outros países como o canadá e EUA. Grierson foi fiel ao conceito de documentário com objectivos sociais e politicas públicas, querendo destacar o papel do documentarista como o orador, mostrando um maneira racional de nacionalismo e comunidade.

A contestação da nação-estado;

Joris Ivens, também um dos grandes nomes do documentário, fez um pouco ao contrário de Vertov, um cinema documentário utilizando formas de ensaio, por que para ele não bastava o acaso ou aquilo que surgia com toda a espontaneidade, necessitava também de "ângulos pereitos da verdade". Esta realidade de construção de consenso e identidade nacional teve um desempenho fulcral para as primeiras décadas do documentário. Numa questão cultural e política também certas comunidades não se alistavam nas nações-estado, por ser uma escolha alternativa em defesa a praticas e valores de certos grupos como os africanos (discriminação de raça), homossexuais, feministas entre outros.

Texto: Introdução ao documentário; Bill Nichols.

Marco Leote
Nº30878

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