Sérgio Tréfaut, realizador e produtor de documentários, apresenta ao público, em 2002, o documentário “ Fleurette”, onde ele vai proporcionar uma viagem à memória da sua mãe, na tentativa de montar um “puzzle” que o tempo fez questão de baralhar.
Para a elaboração deste documentário, Sérgio Tréfaut procura compreender o passado atribulado da mãe, e desvendar os obstáculos que Fleurette sente aos 79 anos, a inquéritos sobre o seu passado. Mas vai ao longo do filme desvendando, pouco a pouco, acontecimentos secretos e revelando outra vida.
É um documentário de dífícil delimitação em termos de género. É considerado, formalmente, um documentário autobiográfico, em que, além do testemunho da sua mãe, o realizador interroga o pai e o irmão, em complexa estratégia de auto-descoberta, acaba por passar as fronteiras da ficção, lançando um belíssimo olhar sobre uma história familiar.
Esta busca da compreensão das suas origens através da memória da sua mãe, que por vezes, é dividida através do testemunho do seu irmão, é de facto, um dado importante, pois será apresentada toda a história de uma família, história essa que remonta aos seus avós maternos.
A própria personagem de Fleurette, na qual se centraliza toda a narração do discurso autobiográfico, transmite ao longo do filme diversos pontos de melancolia e mesmo de tristeza. Na verdade há uma dor imensa ao desenterrar toda uma história que, embora vivida com alegria, foi no fundo uma história de vida muito conturbada, que ela fez questão de apagar.
O documentário apresenta uma narrativa linear, na qual a passagem do tempo é estabelecida através do recorrer dos factos históricos: a 2ª Guerra Mundial, a libertação de França, a Revolução de Abril e também das sucessivas fotografias em forma gradual até chegar à geração do realizador. Pois atravessa grande parte do século XX, da França dos anos 40, com fragmentos de histórias de amores e desamores, de colaboracionismo e neutralidade, ao Portugal da Revolução de Abril, é também um registo de uma narrativa comovente sobre as contradições de estrutura familiar, no quadro mais vasto da história recente.
Com "Fleurette", Sérgio Tréfaut ganhou vários prémios:
- Doclisboa 2002 - Prémio melhor montagem.
. Les Ecrans Documentaires ( França) 2003- Grand Prix
- Extrema`doc Cáceres ( Espanha) 2006 - Melhor filme transfronteira.
Sérgio Tréfaut é também director e programador do maior festival de cinema documental de Portugal, o doclisboa. Para além da projecção de documentários, o doclisboa, é também um motor de divulgação e promoção desta expressão cinematográfica, sendo que do programa constam, também, debates, workshops, sessões de escrita cinematográfica e sessões infantis. Este projecto define-se, assim, por uma vertente cívica, com um projecto educacional e um desafio à reflexão.
O filho procura compreender o passado atribulado da mãe e o seu passado. Mas vai ao longo do filme, pouco a pouco, desvendando acontecimentos secretos e revelando uma ou
É um filme de difícil delimitação em termos formalmente um documentário autobiográfico, em que o realizador interroga os pais e o irmão, em complexa estratégia. Porque se atravessa grande parte do séc. XX, da França dos anos 40, com fragmentos de história de amor e desamor, de colaboracionismo e neutralidade, ao Portugal da Revolução de Abril, é também a inscrição de uma narrativa comovida e terna sobre as contradições da estrutura familiar, no quadro mais vasto da história actual.
Segundo Sérgio Tréfaut, o documentário está a passar ao lado da realidade portuguesa e devia ser mais matéria-prima do que arquivo de uma sociedade. O programador culpa, em parte, o Instituto do Cinema e Audiovisual de "ignorância cabal em relação ao documentário" e de ter júris que desconhecem o que se faz nesta área. A par destas questões, de financiamento, dos estilos e tendências deste género cinematográfico, os Estados Gerais do Documentário pretendem ainda delinear estratégias para o futuro. Para Sérgio Tréfaut, o caminho é claro: "Passa por conseguirmos ter uma escola de documentário a sério e importar grandes professores do documentário para formar novas gerações, antecipando o debate, Sérgio Tréfaut falou de uma evolução positiva na produção de documentários em Portugal nos últimos dez anos, mas criticou os critérios de financiamento, a falta de tradição de ensino e uma predominância do discurso televisivo no cinema documental.
Para a elaboração deste documentário, Sérgio Tréfaut procura compreender o passado atribulado da mãe, e desvendar os obstáculos que Fleurette sente aos 79 anos, a inquéritos sobre o seu passado. Mas vai ao longo do filme desvendando, pouco a pouco, acontecimentos secretos e revelando outra vida.
É um documentário de dífícil delimitação em termos de género. É considerado, formalmente, um documentário autobiográfico, em que, além do testemunho da sua mãe, o realizador interroga o pai e o irmão, em complexa estratégia de auto-descoberta, acaba por passar as fronteiras da ficção, lançando um belíssimo olhar sobre uma história familiar.
Esta busca da compreensão das suas origens através da memória da sua mãe, que por vezes, é dividida através do testemunho do seu irmão, é de facto, um dado importante, pois será apresentada toda a história de uma família, história essa que remonta aos seus avós maternos.
A própria personagem de Fleurette, na qual se centraliza toda a narração do discurso autobiográfico, transmite ao longo do filme diversos pontos de melancolia e mesmo de tristeza. Na verdade há uma dor imensa ao desenterrar toda uma história que, embora vivida com alegria, foi no fundo uma história de vida muito conturbada, que ela fez questão de apagar.
O documentário apresenta uma narrativa linear, na qual a passagem do tempo é estabelecida através do recorrer dos factos históricos: a 2ª Guerra Mundial, a libertação de França, a Revolução de Abril e também das sucessivas fotografias em forma gradual até chegar à geração do realizador. Pois atravessa grande parte do século XX, da França dos anos 40, com fragmentos de histórias de amores e desamores, de colaboracionismo e neutralidade, ao Portugal da Revolução de Abril, é também um registo de uma narrativa comovente sobre as contradições de estrutura familiar, no quadro mais vasto da história recente.
Com "Fleurette", Sérgio Tréfaut ganhou vários prémios:
- Doclisboa 2002 - Prémio melhor montagem.
. Les Ecrans Documentaires ( França) 2003- Grand Prix
- Extrema`doc Cáceres ( Espanha) 2006 - Melhor filme transfronteira.
Sérgio Tréfaut é também director e programador do maior festival de cinema documental de Portugal, o doclisboa. Para além da projecção de documentários, o doclisboa, é também um motor de divulgação e promoção desta expressão cinematográfica, sendo que do programa constam, também, debates, workshops, sessões de escrita cinematográfica e sessões infantis. Este projecto define-se, assim, por uma vertente cívica, com um projecto educacional e um desafio à reflexão.
O filho procura compreender o passado atribulado da mãe e o seu passado. Mas vai ao longo do filme, pouco a pouco, desvendando acontecimentos secretos e revelando uma ou
É um filme de difícil delimitação em termos formalmente um documentário autobiográfico, em que o realizador interroga os pais e o irmão, em complexa estratégia. Porque se atravessa grande parte do séc. XX, da França dos anos 40, com fragmentos de história de amor e desamor, de colaboracionismo e neutralidade, ao Portugal da Revolução de Abril, é também a inscrição de uma narrativa comovida e terna sobre as contradições da estrutura familiar, no quadro mais vasto da história actual.
Segundo Sérgio Tréfaut, o documentário está a passar ao lado da realidade portuguesa e devia ser mais matéria-prima do que arquivo de uma sociedade. O programador culpa, em parte, o Instituto do Cinema e Audiovisual de "ignorância cabal em relação ao documentário" e de ter júris que desconhecem o que se faz nesta área. A par destas questões, de financiamento, dos estilos e tendências deste género cinematográfico, os Estados Gerais do Documentário pretendem ainda delinear estratégias para o futuro. Para Sérgio Tréfaut, o caminho é claro: "Passa por conseguirmos ter uma escola de documentário a sério e importar grandes professores do documentário para formar novas gerações, antecipando o debate, Sérgio Tréfaut falou de uma evolução positiva na produção de documentários em Portugal nos últimos dez anos, mas criticou os critérios de financiamento, a falta de tradição de ensino e uma predominância do discurso televisivo no cinema documental.
muito bom!
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