terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Roger And Me, Michael Moore


Roger And Me é um documentário de 1989, realizado por Michael Moore que é um realizador que despensa apresentações. Foi o seu primeiro documentário e ao contrário do que se esperava foi um grande sucesso e o que abriu as portas para a sua caminhada.
Inicialmente Michael começa por contar sintetizadamente a sua infância, e a cidade onde nasceu e que toda a sua família trabalhou na General Motors, mas que ele quer ser excepção. E vai-nos mostrar os pontos negativos que a GM trouxe para Flint (a sua cidade, localiza no estado de Michigan, Estados Unidos).
A General fechava fábricas, despedia pessoal… de uma forma rude deixando estas pessoas na rua da amargura, e muitas vezes voltava a contratá-las e a despedi-las novamente, porque sabia que era uma grande fábrica em Flint, e o desemprego era muito.
Então Michael Moore neste documentário fala com as pessoas, entrevistando-as mostrando a revolta destas pessoas contra Roger Smith (Director da General Motors) quando eram despedidas e ficavam na rua da amargura, muitas delas até usavam uma linguagem pouco correcta, lembro-me de uma que me marcou, pois era uma senhora que estava muito revoltada com a situação e irritada com Roger, e dizia que não dizia mais coisas pois ficava lhe mal, pois é uma senhora, porque ainda tinha muito a dizer sobre Roger Smith. Mas isto não chegava para Moore e foi entrevistar o outro lado, aqueles que defendiam R. Smith, ou porque tal como ele eram ricos ou porque lhes dava jeito, esses eram pouco concisos, bastante vagos… Mas mais uma vez isto não era suficiente para Michael, e como começou a habituar-nos a aparecer nos seus documentários, também neste ele aparece, e como não lhe bastava a opinião das pessoas tanto do lado positivo como do lado negativo, fez de tudo para se encontrar com Roger Smith, mas não era fácil, mas Michael Moore insistia nesse encontro, pois não queria sentir que estivesse a ser levado pela sua própria determinação, depois de ver tantos trabalhadores a serem desempregados, ainda mais na sua terra natal, muitos dos quais seus conhecidos.
Entre muitas tentativas, tentou entrar na General Motors, onde foi bombardeado com muitas burocracias e uma elevada segurança que o impediram de chegar a Roger… fez tentativas noutros locais, alguns públicos, outros privados…onde chegou até a ser expulso.
Com tanto desemprego, e mostrando que isto era realmente devastador para a população daquela cidade, no documentário mostra em como a cidade se está a tornar num átrio de violência, pessoas constantemente desalojadas, e transmite-nos isso perfeitamente no seu documentário, o que me impressiona bastante é os exemplos que ele dá, para conseguir transmitir o que quer, por exemplo para mostrar o estado degradante em que a cidade se estava a tornar e como as pessoas no desespero de ficarem sem trabalho, tinham de sair da cidade, mostrou como o número de ratos já era maior que o número de pessoas.
Algumas pessoas aderiram a criar negócios por conta própria, mas muitas vezes não foi a melhor opção, e o realizador num destes momentos em que estava a entrevistar uma destas pessoas, e mostra o seu lado humano, em como se entrega de completo ao documentário de alma e coração, e fazendo sentir as pessoas muito à vontade, deixa essa pessoa mostrar-lhe o negócio que criou, analisando-o. Ele vê alguns trabalhos horrendos que algumas pessoas tiveram que aceitar para sobreviver.
Moore andou sempre atrás de Roger, como o cão atrás da presa, fez os possíveis e os impossíveis, mas nunca foi retribuído pela parte de Roger.

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