terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Fahreinheit 9/11


No mais controverso e provocador filme, Michael Moore apresenta-nos um documentário que trata assuntos como o dinheiro e o petróleo na origem de trágicos acontecimentos do 11 de Setembro. Realçando a sua característica de humor e forte motivação em revelar todos os factos, Michael Moore analisa a presidência de Bush e até onde esta nos levou, nomeadamente o como e o porquê da intenção de Bush e dos círculos mais próximos em evitar estabelecer uma ligação Saudita com o 11 de Setembro. Este documentário foi um marco na história do cinema político americano e não só, isto porque, Michael Moore preocupou-se em revelar certos episódios do ataque às Torres Gémeas e evidenciar as relações que Bush mantinha com a família de Osama Bin Laden, mas o que cativou o público foi a sua frontalidade e sobretudo a sua provocação. Fala sobre as causas e consequências dos atentados de 11 de Setembro de 2001, nos Estados Unidos, fazendo referência a posterior invasão do Iraque liderada por esse país e pela Grã-Bretanha. Além disso, tenta decifrar os reais alcances dos vínculos que existiriam entre as famílias do presidente George W. Bush e a de Osama Bin Laden. Este documentário ressalta especificamente a relação entre a família Bush e pessoas próximas a ela, como membros de eminentes famílias da Arábia Saudita (incluindo a família de Bin Laden) em uma relação que se estende durante mais de trinta anos, assim como a evacuação de familiares de Osama Bin Laden organizada pelo governo de George W. Bush depois dos ataques de 11 de Setembro. Se bem que essa relação de negócios entre a família Bush e Bin Laden não é discutida, a mesma não é amplamente conhecida. A partir daí, o filme dá pistas sobre as verdadeiras razões que tem impulsionado o governo Bush para invadir o Afeganistão em 2001 e Iraque em 2003, acções que, segundo Moore, correspondem mais a protecção dos interesses das indústrias petrolíferas norte-americanas que o desejo de libertar os respectivos povos ou evitar potenciais ameaças. O documentário insinua que a guerra com o Afeganistão não teria como principal objectivo capturar os líderes da Al Qaeda e sim favorecer a construção de um oleoduto, e que o Iraque não era no momento da invasão uma ameaça real para Estados Unidos senão uma fonte potencial de benefícios para as empresas norte-americanas. O documentário começa por mostrar Bush a subir ao poder, tendo dificuldades em manter a sua popularidade, e principalmente, as mãos ao trabalho. Pois, este passava mais tempo de férias do que a governar o país, o próprio Bush disse: “É gente que não compreende a definição de trabalho.” Depois, passa a fazer a ênfase ao dia 11 de Setembro de 2001, onde quase 3 mil pessoas foram mortas no ataque às Torres Gémeas. Aquando do ataque, Bush deslocava-se a uma escola na Florida. Já dentro da sala de aula, Bush é informado que um avião colidira com o World Trade Center (supostamente local já escolhido há 8anos por terroristas), entretanto, Bush decidiu continuar com a sua promoção junto da imprensa. Quando o segundo avião chocou contra a torre, o chefe pessoal da Casa Branca comunicou a Bush que o país estava sendo atacado. Bush continuou sentado a ler “ O meu cabritinho” com as crianças, e assim permaneceu durante quase 7 minutos. Naquele momento, algumas interrogações passavam pela cabeça de Bush, porém ele continuou sentado.
Outro aspecto a realçar é os negócios feitos por parte de Bush, pois este tentou imitar o pai nos negócios. Dedicou-se assim ao negócio do petróleo, criando uma empresa de prospecção no Texas Ocidental, de nome Arbusto. Mas, a questão pertinente é de onde veio o dinheiro para criar uma empresa, é revelado que um dos investidores foi James Bath que manteve negócios com a família Bin Laden. Bush levou a empresa à falência, como fez com as outras, até que uma das suas empresas foi comprada pela Harken Energy, onde teve direito a um cargo de direcção. Com o passar do tempo, veio-se a descobrir que havia dinheiro de petróleo saudita em todas aquelas empresas. No entanto, houve outra empresa que de muito que falar, o Grupo Carley, uma grande empresa multinacional, que investe em industrias com forte controlo governamental. George Bush trabalhava para esta empresa, empresa essa que tinha como investidores a família Bin Laden, mas o melhor é que veio a lucrar com o 11 de Setembro. Outro aspecto importante, os Estados Unidos da América começaram a bombardear o Afeganistão, apenas a 4 semanas após o dia 11 de Setembro. Bush prometeu muito, mas não fez nada. A única coisa que fez foi dizer: “Sou um Presidente de Guerra, tomo decisões na Sala Oval, a minha política estrangeira é feita a pensar na guerra.” Entretanto, no dia 19 de Março de 2003, George Bush e as tropas americanas invadiram a nação soberana do Iraque, um país que nunca ameaçara atacar os Estados Unidos da América, muitos soldados forma mortos na guerra, mas a imprensa não fez questão de mencioná-lo, nem Bush importou-se em dar consolo às famílias que perderam os seus entes queridos. Infelizmente, a teoria é mandá-los ir para a guerra, porque depois as consequências ninguém quer saber delas.

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