O filme de exposição tem também como característica o facto de ocultar as atitudes prófílmicas das pessoas filmadas e os bastidores das operações de filmagem. A montagem também é importante pois vai agora linearizar a narrativa, eliminar as fontes de ruído e dissimular através do processo de manipulação, as rupturas acidentadas do registo. Assim sendo o filme de exposição tem como objectivo apresentar uma ideia trabalhada, elaborada, organizada e esquematizada acerca de um processo.
O filme ilustrativo é um caso limite da exposição dos resultados, pois sendo elaborado o discurso científico as imagens servirão apenas para ilustrar os escrito, tornando-o mais apelativo. A escrita tem o papel material inicial e as imagens têm a função de ilustração e esclarecimento, sendo que a exposição constitui a tese que o filme (as imagens) ilustrará. Existem então certas relações entre texto-imagem que são: a complementar, em que a imagem tem uma função de esclarecer o texto; a suplementar, que desempenha a função apelativa; e a integrada em que há uma relação entre o texto e a imagem de forma a construir um todo coerente. Uma das formas de ilustração é a dissimulação em que o filme é construído como um filme de ficção no seu todo.
No que diz respeito ao filme demonstrativo, este está dependente de normas científicas de pesquisa e de formulação de hipóteses pré-existentes ao uso da imagem animada, sendo que é exigido ao realizador procedimentos de verificação. Este tipo de filme tem base em critérios de controlo e de registo rigoroso. Sendo assim o filme pode tornar-se um verdadeiro instrumento de pesquisa e não somente um meio de apresentação de resultados.
Por último temos o filme descritivo, que se caracteriza pelos distintos do processo exploratório porque partem da observação directa e do inquérito oral. Este tipo de filmes são sempre construídos a partir do que já é conhecido, e utilizam os meios cinematográficos e videográficos. O filme descritivo tem como especificidade a distribuição das actividades de produção e é guiado por hipóteses implícitas formuladas através da observação e do inquérito oral, sendo a sua função a de descrever e mostrar. E o realizador tem uma certa liberdade em relação aos métodos de investigação extracinematograficos; maior criatividade e uma atitude mais aberta e de cooperação em relação ao autor.
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Está um resumo bastante bem conseguido onde as ideias princinpais estão bem estruturadas e claras.
ResponderEliminarQuanto ao resumo, muito pouco há a acrescentar pois ele já diz sucintamente tudo. Concordo com a presença e participação dos antropólogos e etnógrafos em muitos documentários realizados por especialistas em cinema, apenas, pois isso, além de enriquecer o produto final, permite captar a verdadeira essência do documentário e focar os aspectos mais importantes para que determinada mensagem chegue de determinada forma ao espectador. Por isto, o antropólogo/etnógrafo é o intermediário entre o cineasta e o espectador, quando, claro, o cineasta já não é, ele próprio, o antropólogo.
O filme de exposição é sem dúvida aquele que requer mais trabalho, face ao trabalho prévio que tem de ser feito antes do início da rodagem. Mas esse é o trabalho do antropólogo: integrar-se num determinado povo sem perder nunca a imparcialidade. Costumo dizer que o antropólogo é uma espécie de jornalista, mais que um repórter mas menos que um amigo...
A dada altura o teu resumo refere que o documentário deve ser rodado com o perfeito conhecimento e autorização dos que estão a ser filmados. Concordo, mas por outro lado, pode correr-se o risco de não captar a essência do quotidiano. Todos sabemos que quando estamos alheios agimos de uma certa forma. Essa forma mudaria como da noite para o dia se soubéssemos que uma câmara nos estava a filmar. Seria uma espécie de Big Brother, totalmente real e sem as espectacularidades e audiências que envolve (correndo o risco de não ser não apetecível).
Por aqui me fico. Cumprimentos.
Bom resumo, Vanessa. O Dário poderia ter aprofundado mais algumas questões levantadas nos resumos.
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