terça-feira, 10 de novembro de 2009

A cicatriz da tomada: documentário, ética e imagem-intensa (Parte 2)

Os três campos éticos do documentário do século XX

a) Primeiro tempo: a ética da missão educativa

-Um dos padrões éticos em Flaherty foca-se na necessidade da preservação de tradições. Reproduzi-las e preservá-las. A visão do documentário tem uma missão educativa dentro dos valore éticos no intuito de educas o povo no séc. XX

b) Segundo tempo: mas quem abriu a lata de vermes ? , ou a ética do recuo

-Na missão educativa a ética perde terreno face ao novo estilo, o cinema-directo.
Noël Carroll define o breve verão da ética do cinema-directo: “ o cinema-directo abriu uma lata de vermes e acabou sendo devorado por eles”. O que o cinema-directo apenas pode fazer é propor o recuo do sujeito que enuncia. A ética do recuo não questiona o saber em si mas na necessidade de esse saber ser constituído pelo próprio sujeito no exercício da sua liberdade.

c) Terceiro tempo: o verme que comeu o cinema-directo, ou a ética participativo-reflexiva e além

-O recuo não existe mais, passa a ocupar a posição donde era enunciado o saber educativo, devido ao sujeito ter aberto a lata de vermes que corrói a ética educativo-republicana, o cinema-directo acaba devorado com a mesma voracidade e na mesma posição onde havia começado a devoração. Há uma intensidade na ética participativo-reflexiva. O que nos ensina a cartilha participativo-reflexiva? Que o sujeito que enuncia, o cineasta, inevitavelmente imprime a sua visão de mundo ao discurso que veicula, e que o espectador deve estar atento a esse facto.
- questão da verdade no cinema-directo.

Sem comentários:

Enviar um comentário