Presença do sujeito-da-câmera na tomada
- possível dilema da mediação da câmera
- a mediação da câmera traz, pelo espectador, a dimensão da tomada
- imagens-câmera: constituídas na tomada; presença de um sujeito
- sujeito da câmera: composto pelo conjunto da circunstancia de mundo no qual a câmera está inserida na sua abertura para o espectador através da mediação da câmera. O sujeito da câmera não existe em si, é a presença subjectiva que sustenta a câmera na tomada. Ele existe para e pela experiência do espectador. Ele não só vê e é visto como também fala e ouve.
O maquinismo da imagem e a forma reflexa
- Fruição espectatorial no encontro do movimento do lançar-se do espectador e do sujeito-da-câmera, ocorre dentro de uma forma determinada, sendo o que constitui o sujeito-da-câmera e permite a percepção pelo espectador, é o traço, a marca que o sujeito deixa em suporte que “transcorre” na câmera à medida que “transcorre” a circunstância. A imagem-câmera é uma forma reflexa. Mostra o mundo do presente e o que a imagem reflexa não mostra. A forma reflexa constitui-se pela dimensão da tomada. A imagem câmera é obtida por um procedimento que envolve um maquinismo: aquele da câmara. O maquinismo da imagem-câmera surge como elemento determinante para debater-se a dimensão ética da presença do sujeito-da-câmera na narrativa documentaria.
Montagem e radiância da tomada
- Afirmar a necessidade de a dimensão da tomada estar no centro do pensamento sobre o documentário e sobre a imagem-câmera não significa negar a montagem/mixagem. A enunciação documentária mais clássica é marcada por procedimentos de mixagem de ruídos, falas, música, etc.
A expressão do sujeito-da-câmera é percebida como unidade contínua de presença e a experiência do espectador articula-a na sua percepção como corpo presente. A montagem é trabalhada estabelecendo-se com a dimensão da tomada.
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