sexta-feira, 20 de novembro de 2009

AS CULTURAS NACIONAIS COMO COMUNIDADES IMAGINADAS


No mundo moderno, as culturas nacionais com que nascemos são uma das principais fontes de identidade cultural.O argumento considerado pelo autor é o de que as entidades nacionais não são coisas com as quais nascemos, mas que acabam por ser formadas e transformadas no interior da representação. O autor dá como exemplo o nosso conceito de “Inglês”, afirmando que só percebem o que significa ser “Inglês” devido á forma como a “Inglesidade” é representada através de um conjunto de significados pela cultura nacional Inglesa. O autor acrescenta ainda que a nação não se limita a ser apenas uma entidade política, podendo ser também fonte produtora de sentidos, que ele designa como sistema cultural. O autor considera que os indivíduos não são apenas cidadãos ou cidadãs que pertencem legalmente a uma nação. Elas participam também de ideia de nação tal como é representada na sua cultura nacional. O autor define nação como uma comunidade simbólica, o que explica a sua capacidade para gerar um sentimento de identidade e lealdade. Segundo ele, as culturas nacionais são uma forma moderna em que a lealdade e a identificação que numa era pré-moderna eram dadas, á tribo, ao povo, á religião e á região foram transferidas gradualmente, nas sociedades ocidentais á cultura nacional. As diferenças regionais e étnicas foram sendo gradualmente colocadas de forma subordinada sob o “tecto político” do estado/ nação que o autor considera uma fonte poderosa de significados para as identidades culturais modernas. Sobre a formação de uma cultura nacional diz que o autor que contribuiu para criar padrões de alfabetização universais, generalizar uma única língua com o meio dominante de comunicação em toda a nação, criar uma cultura homogénea e manteve instituições culturais nacionais, como por exemplo o sistema educativo nacional. As culturas nacionais são compostas por instituições culturais e por símbolos e representações. Uma cultura nacional pode ser entendida como sinónimo de discurso, uma maneira de construir sentidos que influencia e organiza tanto as nossas nações como a concepção que temos de nós mesmos. As culturas nacionais, produzindo sentidos sobre a “nação”, isto é, sentidos com os quais nos podemos identificar, constroem identidades. Desta forma esses sentidos podemos encontrá-los nas histórias que são contadas sobre a nação, nas memórias que conectam o seu presente com o seu passado e as imagens que delas são construídas. Então podemos concluir que nação também é memória e também é discurso quando se fala de como pode ser tratada uma narrativa de cultura nacional. Assim, podemos considerar a narrativa de nação que é o conjunto de tudo o que é contado nas histórias e nas literaturas nacionais e na cultura popular. Aqui está presente tudo o que dá sentido á nação: histórias, imagens, panoramas, cenários, eventos históricos, símbolos, rituais nacionais que se traduzem nas experiências partilhadas, nas perdas, nos triunfos ou nos desastres que dão sentido á nação.
Fonte: As culturas nacionais como comunidades imaginadas de Hall Shart
Post elaborado por: Carina Encarnação nº28963 Estudos Artísticos

4 comentários:

  1. Considero a opinião pertinente, em diversos sentidos. Pois é um facto que as culturas nacionais existem devido a uma comunidade formada com tradições diversas e com a sua história individual.
    Embora a diversidade seja imensa, dado a imensidade de nações, há interferências interculturais que são inevitáveis, tendo em conta a evolução tecnológica mundial.
    Não obstante existem culturas “ mais fechadas”, estanques nas suas tradições e outras “ mais abertas” pois deixam-se influenciar, por outras opiniões, que ao reflectirem pensam ser melhores.
    Os Ingleses são o exemplo de uma cultura que tem orgulho de mostrá-las aos seus antepassados, e viver de acordo com uma mentalidade “ muito própria”.
    As comunicações, tal como o cinema são um meio de as nações transmitirem os seus modos de vida. São importantes, embora muitas vezes sejam baseados em ficção e não demonstrem uma realidade pura da mentalidade de uma nação.
    Um aspecto que considero importante é o facto da emigração ser um factor de peso na mentalidade das nações, pois se as pessoas estão a viver noutros países, que são diferentes, faz com que influenciem e sejam influenciados pela mesma.
    O Documentarismo pode ser construtivo no seio da globalização no sentido de educar as pessoas, através dos registos veridicos, das tradições, das crenças e dos mitos da história de uma nação como comunidade simbólica.

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  2. Muito bom!!
    Esclareceu as dúvidas,
    aqui está dito de maneira mais clara!!
    Muito obrigado

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