Cinema Directo – Jean Rouch
(Michel Marie)
Pequena Biografia:
Jean Rouch (Paris - 31 de Maio de 1917, Niger - 18 de Fevereiro de 2004), realizador e etnólogo francês, é um dos representantes e teóricos do cinema directo. Como cineasta e etnólogo, explora o documentário puro e a docuficção, criando um subgénero: a etnoficção.
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O conceito do «cinema directo» designa-se primeiro que tudo como uma nova técnica de gravar uma realidade pro-fílmica. Isto é, Cinema directo é uma designação que se confunde com cinema-verdade. Surge no final dos anos cinquenta e refere-se, na teoria e prática, a um género de documentário que se empenha em captar, sem fins didácticos ou de ilustração histórica (docudrama), a realidade tal e qual ela é, isto é, que procura reproduzir aquilo que na realidade acontece. É um cinema do real que, admitindo um certo grau de subjectividade enquanto forma de expressão, a procura ultrapassar pelo uso de técnicas que garantem a fiabilidade ao objecto ou evento reproduzidos pela câmara, instrumento tão rigoroso como, por exemplo, a fita métrica, usada para medir o tamanho de um determinado objecto. Assume-se, nas suas aplicações, como ferramenta científica ao serviço da verdade. Filmando o Homem, a máquina será um meio privilegiado ao serviço da antropologia, quer como instrumento de registo e de pesquisa quer como objecto de estudo naquilo que produz, na ficção ou no documentário.
1- A Nova Técnica
A designação refere-se em geral ao uso da câmara (incluindo, numa fase mais tardia à suas primeiras aplicações, o uso do som directo, sincronizado com a imagem) como um meio de registo estritamente mecânico e automático de uma realidade em curso, de modo a que ela possa ser vista como «a própria natureza, apreendida no facto». Sendo um meio mecânico de reprodução do visível, altamente aperfeiçoado, um «cine-olho» capaz de filtrar as interferências subjectivas, pode ser mais perfeito que o próprio olho humano e nessa condição ser usado para fazer descobertas. A máquina de filmar é vista como capaz de captar algo categoricamente diferente do olho que ela imita.
Em oposição ao cinema industrial, ficcional e espectacular, no caso do cinema directo a acção de filmar é nula devido ao estatuto anterior. Esta acção é porventura não pré-estruturada, ensaiada, etc. Mas é o acto de filmar a si mesmo que cria um evento fílmico. Directo é essencialmente usado num formato: 16mm.
Apareceu como um novo método de filmar datas primeiro que tudo, mesmo de antes de do uso massivo deste formato na televisão para certas categorias específicas de programas: Noticias de última hora, documentários, dramas, actividades juvenis, televisão educativa, busca da imagem e diversos programas.
Por: Nuno Fernandes
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Estudos Artísticos
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
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Penso que o cinema-directo ceio mudar um pouco a visão do cinema,retirando aquela ideia de que é apenas uma actividade de entretenimento comercial com fins lucrativos.
ResponderEliminarNoções cinematográficas como aquelas criadas por Dziga Vertov e por Jean Rouch, como Cinema-Verdade, Cinema-Directo e Cinema-olho, fazem com que o cinema sirva para mais do que apenas entreter. Fazem com que as pessoas tenham a possibilidade de saber concretamente o que se pessa no outro lado do mundo, com pormenores e sem o natural embelezamento do documentário geral.
Bom resumo, Nuno. O cometário está muito pouco aprofundado.
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