quinta-feira, 5 de novembro de 2009

MULTICULTURALISMO, RAÇA E REPRESENTAÇÃO



Nos anos 80, os teóricos começam a dedicar-se a questões sobre a raça. Tanto esta palavra como a palavra racismo derivam de diferentes tradições discursivas: desde textos anticolonialistas, análises do pós-guerra sobre o anti-semitismo e o nazismo, existencialismo sartriano e a linguagem da autenticidade, e o movimento de liberação da mulher.

Para muitos teóricos é importante que tenhamos a noção de que a raça é atravessada pela classe, e o género é atravessado pela raça.

O multiculturalismo surge nesta altura como forma de referência a estas questões, investindo sobre o eurocentrismo, que atribui á Europa uma elevada importância perante o mundo, chegando a ser considerada “o centro da gravidade do mundo”.
O pensamento eurocêntrico divide o mundo entre “O Ocidente e o resto”; desde a história que a Europa aparece como a fundadora da mudança na história progressista. Temos que ter em conta que o eurocentrismo é um discurso historicamente situado e não uma herança genética dos europeus.
A ideia de multiculturalismo descreve a existência de múltiplas culturas no mundo e as suas relações, o seu projecto multiculturalista compreende a igualdade radical dos povos e os seus direitos. Nestas bases se apoia a corporação United Colores of Benetton que promove os “sabores étnicos do mês” com fins comerciais ou ideológicos.

A noção de policentrismo globaliza o multiculturalismo policêntrico mais radical. Na visão policêntrica o mundo apresenta uma infinidade de pontos de vista possíveis, vinculados através das inúmeras culturas existentes. Para o “poli” nenhuma comunidade ou parte do mundo pode ser epistemologicamente destacável.



O multiculturalismo policêntrico é diferente do pluralismo liberal, já que procura compreender a totalidade da história cultural no que diz respeito ao poder social, prestando uma maior atenção aos grupos sub-representados e os marginalizados. Procura mudanças, não só naquilo que toca às imagens, mas sim nas relações de poder. Este vai além das definições escritas da política de identidade construindo espaços cuja base se apoia em desejos e identificações sociais compartilhadas.
Várias subcorrentes inserem-se numa corrente mais ampla que se poderia chamar “estudos midiáticos multiculturais”: a análise de representação da “minoria”, podendo-se destacar e criticar o trabalho dos media em relação às representações que faz sobre a raça e o multiculturalismo.

4 comentários:

  1. Bom texto Anabela. Esta questão é bastante polêmica e no mue ponto de vista muito importante para a antropologia visual.

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  2. Tendo em conta o texto escrito, o multiculturismo é considerado também como um anglomerado de culturas dentro de um determinado espaço, sitio, cidade ou mesmo num país. Estando também em causa a ideia de Eurocentrismo, fazendo da Europa o centro do mundo e até mesmo do universo intelectual, dividindo muitas vezes ocidente do oriente quando se põe estas questões em causa, será necessário dividir opiniões de toda a cultura que a Europa tem e que muitas vezes essas culturas são pouco homogéneas. O multiculturismo policêntrico, sendo ele diferente do pluralismo liberal como apresenta o o texto, e que procura dar maior valor a sub-representados e a minorias, dentro deste conceito o pluralismo liberal apenas entra como voto de confiança no que podemos afirmar como mistura de culturas em determinado espaço. Por fim, quero apenas destacar o realce às misturas de raça, a luta contra o racismo e a libertação da mulher, que foram muitos dos acontecimentos transcritos por teóricos nos anos 80, acontecimentos esses que deram mais liberdade ao mundo em que se vive hoje.

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  3. Boa tarde! Somos todos iguais coração, olhos, sangue,etc... Culturas,costumes, cidades, pais diferentes, mais iguais o multiculturalismo veio para globalizar as ideias de muitas culturas e etnias devemos aprender com as cultura desse povo.

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